Senhor de todas as
artes Frankie gosta de público. Não é daqueles atores que se apresentam para
pequenas plateias, ou até nenhuma. Espera que todos nós estejamos na sala para
começar a fazer suas artes. Mais do que miss Julie ele adora fuçar em minha
latinha de cerveja. No meu conceito de bebedor inveterado, o suco de cevada não
combina, não cai bem com baba de gato. Pergunto-me se cairia com baba de moça!
De jeito maneira! Cerveja foi feita para ser consumida com bom pedaço de
picanha ou camarão no espeto. Requer
companhias especiais. Mas ele não se importa com minhas preferências
gastronômicas e mal vê a lata sobre a mesinha dá seu salto quase mortal e, se
não sou mais rápido que ele para proteger meu líquido precioso, seria obrigado
a abrir outra latinha.
Apesar de tudo gosto
sobremaneira do senhor Frankie. Quando minhas filhas e minha mulher saem sem
destino ele é quem se aproxima primeiro de mim. Sua surdez não o impede de
atender aos meus chamamentos. Aponto o indicador e ele vem todo faceiro buscar
o carinho de minhas mãos. Já miss Julie fica arredia, enciumada, fazendo de
conta de que não está nem aí para minha aparente preferência pelo senhor Frankie.
Mas ela também sabe de suas carências e não resiste. Passo a tarde inteira me
deliciando com as brincadeiras dos gatos de minha vida...
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