Acordei com o
barulho do senhor Frankie arranhando a porta do quarto. Ele tem o péssimo
costume de madrugadazinha enfiar suas unhas na porta pra sinalizar duas coisas:
que está novamente com fome e que quer se deitar e aproveitar o quentinho da
cama. Dei-lhe uma bronca que de nada adiantou, pois ele é surdo. Fechei a porta
e voltei a deitar. Ainda nem eram seis horas e o esfomeado já estava
perturbando. Momentos depois Laura se levantou, olhou as tigelas. Faltavam água
e ração. Mal providenciou e ele mais do que depressa veio se empanturrar. Desaforado
avançava na tigela de miss Julie. Guloso comia da sua vasilha e se apoderava da
tigela de miss Julie.
Fui fazer o café e ele tentou entrar na cozinha.
Aliás, os dois. Ela adorava ficar embaixo do armário ou encima da geladeira.
Definitivamente a cozinha não é lugar de gatos. Fiz o café e fui assistir ao
jornal. O senhor Frankie não se fez de rogado e veio pedir um carinhosinho.
Cocei-lhe por debaixo do queixo. Manhoso, fechou os olhos, deu meia volta
oferecendo o dorso pra outro afago. Agora se punha mais comportado. O que
quereria ele além de atenção? Carinho! Este a gente providenciava aos montões.
Agora deitou ao meu lado no sofá, se esparramou mostrando a enorme barriga.
Acho que o senhor Frankie deve pesar uns cinco quilos. Também com a vida boa que
leva só pode mesmo engordar a sumir de vista. Quando não está perturbando miss
Julie está comendo ou dormindo. Na verdadeira acepção da palavra: o senhor
Frankie é um come e dorme.
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